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Economia / Desenvolvimento

15h30min - 28 de Abril de 2015 Atualizado em 15h28min

Minas Gerais avança na discussão do bioquerosene para aviação

A ideia é que o Estado desenvolva uma cadeia integrada para a produção de bioquerosene de aviação e demais produtos renováveis

Leonardo Horta/Sede
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, destacou a importância da inciativa para o Estado
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, destacou a importância da inciativa para o Estado

O desenvolvimento sustentável na produção de bioquerosene para o setor da aviação foi o tema central do workshop “Alinhamento da Plataforma de Bioquerosene”, que teve início nesta terça-feira (28/4), na Cidade Administrativa Tancredo Neves e se estenderá até quinta-feira (29/4). A abertura do evento foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, que destacou a importância da inciativa para o Estado de Minas Gerais. “O projeto de desenvolvimento da cadeia do bioquerosene tem uma importância estratégica não só econômica, mas também social e ligada à sustentabilidade. Tenho certeza que o mesmo irá mudar a realidade do uso do combustível na aviação do país”, acredita Altamir.

Presente na abertura do evento, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Cruz Reis Filho, frisou que a retomada dos estudos ligados à cadeia do bioquerosene em Minas Gerais será prioridade na Seapa. João Cruz disse ainda que o investimento no setor irá beneficiar o agronegócio em geral, pois lida com a recuperação de áreas de pastagens e bacias hidrográficas degradadas, por meio do plantio da macaúba. “Além do fomento à sustentabilidade, a Plataforma Mineira de Bioquerosene também fomenta o avanço tecnológico e do agronegócio em Minas Gerais”, reforça.

A reitora da Universidade Federal de Viçosa, Nilda de Fátima Ferreira Soares, parabenizou o Estado pela junção dos agentes ligadas ao setor, que segundo a mesma, fazem parte de uma “força tarefa integrada e empenhada para tornar Minas Gerais referência em pesquisas e desenvolvimento da cadeia da macaúba”, afirma.

Projeto

Desenvolvido em 2014, com o lançamento da Plataforma Mineira de Bioquerosene, o projeto reúne órgãos do governo estadual, universidades, centros de pesquisas, empresas e stakeholders nacionais e internacionais. A ideia é que Minas Gerais desenvolva uma cadeia integrada para a produção de bioquerosene de aviação e demais produtos renováveis. A macaúba é a principal matéria-prima analisada para a produção do biocombustível, com destaque para o cultivo da planta nas cidades de Dores do Indaiá e João Pinheiro, áreas de estudo do projeto.

A estruturação da cadeia de valor do bioquerosene para a aviação irá colaborar para que Minas Gerais se consolide como o maior centro de pesquisa da macaúba no Brasil, bem como para que o país reduza a emissão de poluentes provenientes da aviação. Após a abertura do evento, foram realizadas palestras com o comandante Pedro Scorza, diretor de Bioquerosene da Ubrabio/Gol; o representante da Boeing, Onofre Andrade, e o representante da Embraer, Marcelo Gonçalves.

A cadeia agroindustrial da macaúba e revitalização das bacias hidrográficas do Alto São Francisco foi abordada pelo prefeito de Dores do Indaiá, Ronaldo Antônio da Costa, e por técnicos de municípios que integram o Consórcio dos Municípios do Alto São Francisco (COMASF). Ele ressaltou que a macaúba tornou-se um bom negócio para a região, com expectativa positiva de expansão da Plataforma Mineira de Bioquerosene.

A ideia é ampliar o plantio da espécie que, além de renda para o produtor, propicia a recuperação de áreas degradadas de córregos e cursos d’água que alimentam o rio São Francisco. A biorrefinaria para bioquerosene de avião foi detalhado por Fernando Contadini, da empresa Nanum, que detalhou o projeto da construção de quatro plantas com capacidade de 25 mil toneladas de óleo por ano.

O pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sérgio Motoike, que trabalha há cerca de 10 anos com a macaúba, mostrou todas as vantagens de se investir na planta para a plataforma de bioquerosene, mas ressaltou sua preocupação quanto a falta de investimentos em plantio. Ele lembrou que é preciso investir na agricultura, consolidar a cadeira produtiva para avançar na construção de fábricas. “Gostaria de convocar todos para olhar para a agricultura: plantar, colher e dar sustentabilidade à cadeia da macaúba”. O pesquisador disse ainda que o Brasil tem 30 milhões de pastagens degradadas e que a macaúba é extremamente eficiente nessa recuperação.

Estiveram presentes no primeiro dia do evento Ailton Ricaldoni Lobo, diretor presidente da Clamper, o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Sede, Fábio Rodrigues de Castro; o consultor externo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mike Lu; o engenheiro de desenvolvimento de produtos da Embraer, Marcelo Gonçalves, e o coordenador de pesquisa para biocombustíveis de aviação da Boeing, Onofre Andrade. Na parte da tarde do mesmo dia e na manhã do dia 29 serão realizados grupos de trabalho com foco nos temas “pesquisa, desenvolvimento e inovação”; “aspectos ambientais”; “tecnologia da informação e comunicação”, dentre outros. Ao final, na tarde do dia 29, serão apresentados os resultados dos grupos e o alinhamento dos próximos passos.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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