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O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), liberou, nesta quinta-feira (03/07), cerca de R$ 12 milhões para o desenvolvimento do protótipo do AX-2 Tupã. A aeronave bimotor, com capacidade para transportar de quatro a seis passageiros, é considerada um projeto audacioso devido ao seu custo-benefício.

A liberação dos recursos viabiliza a continuidade do projeto, que está em fase de prototipagem e testes. Os próximos passos serão a certificação e produção da aeronave. A expectativa do fabricante, a Axis Aeroespacial, é que, em meados de 2016, seja realizado o primeiro voo do bimotor e o início de sua comercialização para os mercados nacional e internacional.

“Além de inovador, o produto será de baixo custo de aquisição, manutenção e operação”, explica o diretor-presidente da Axis Aeroespacial, Daniel Marins Carneiro. De acordo com o secretário Narcio Rodrigues, o produto poderá atender as demandas de mercado e impactar o segmento da aviação civil no país a partir da geração de empregos e da renovação da malha aeroviária. “A criação de uma indústria aeronáutica sinaliza a diversificação da economia mineira e sua inserção definitiva na sociedade do conhecimento”, acrescenta.

Complexo aeronáutico

A iniciativa fortalece o Complexo Aeronáutico de Minas Gerais, que é estruturado em cinco polos. O de Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, onde está instalada a Axis Aeroespacial, vai contar com um centro de formação e capacitação de mão de obra. No local vão ser oferecidos cursos básicos, profissionalizantes e tecnólogos na área de experimentos aeronáuticos. Outra iniciativa em curso é a construção de um aeroporto no município dentro do programa Proaero.

Integram ainda o complexo os polos de Itajubá (Asas Rotativas), que está desenvolvendo o primeiro helicóptero com tecnologia nacional, o de Goianá, na Zona da Mata (logística para o Pré-Sal), o de Lagoa Santa (de formação de mão de obra especializada) e, finalmente, o de Uberaba, onde está sendo implantado um Centro Nacional de Turbinas a Gás.

Além do acordo com a Axis, o Complexo Aeronáutico conta com parceiros como a Helibras, na produção de helicópteros, e o Instituto de Estudos Avançados do Comando da Aeronáutica (IEAv), na realização de experimentos em propulsão a laser e em hipersônica.

Price Induction

No primeiro semestre deste ano, a empresa francesa Price Induction oficializou o interesse em instalar na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, uma fábrica de motores de turbina a gás destinados a aviões leves, que vai integrar o Complexo Aeronáutico de Minas Gerais. A empresa também espera instalar sua unidade no Parque Tecnológico de Uberaba, que já teve a contratação autorizada dos projetos de arquitetura e engenharia. Os investimentos podem chegar a R$ 160 milhões.