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17h37min - 25 de Janeiro de 2012 Atualizado em 13h48min - 01 de Julho de 2013

Paisagismo da Cidade Administrativa abriga um jardim monumental

Complexo possui 8.750 mudas de árvores e 96.415 mudas de forração vegetal, além de 1.024 mudas de plantas aquáticas

Carlos Alberto/Secom MG
Paisagista Flavia Renault destaca que a ideia era criar harmonia entre área verde e os prédios
Paisagista Flavia Renault destaca que a ideia era criar harmonia entre área verde e os prédios

BELO HORIZONTE (25/01/12) - O servidor que chega pela manhã à Cidade Administrativa e retorna para casa no fim do dia muitas vezes não tem a oportunidade de olhar em volta e perceber a natureza que cerca a sede do governo. A riqueza da flora presente é enorme e o desenvolvimento das espécies vem atraindo um número crescente de aves variadas e outros animais, que se abrigam no local e se alimentam dos frutos das árvores.

O conjunto botânico é grandioso. São 8.750 mudas de árvores e 96.415 mudas de forração vegetal, além de 1.024 mudas de plantas aquáticas, plantadas na área que compreende o entorno dos prédios administrativos, o centro de convivência, o auditório JK, os dois lagos e também todo o trecho da mata localizada na área atrás do complexo, vizinha ao futuro Parque Serra Verde.

O projeto, cuja execução foi concluída em junho de 2010, foi criado pelos paisagistas Thiers Matos e Flavia Renault e buscou criar uma interseção harmoniosa da área verde com os prédios, para mostrar que a natureza não foi esquecida ali. “Plantar é um ato de esperança. Ninguém planta para si, todo mundo planta para o futuro. A gente consegue vislumbrar o que isso vai se transformar em um futuro próximo”, diz Flavia.

Segundo os paisagistas, a área da Cidade Administrativa foi uma das primeiras fazendas registradas no perímetro urbano de Belo Horizonte. A característica da região é cárstica, com formação de calcário – a mesma encontrada em Lagoa Santa. A vegetação nativa era formada por campos de altitude, caracterizada pela presença de plantas rasteiras de até 80 centímetros. De acordo com Thiers e Flavia, o projeto procurou espelhar toda a biodiversidade de Minas Gerais. “Nosso Estado faz fronteira com quase todas as formações botânicas do país. Por isso, o paisagismo contempla aqui quase todas as espécies presentes na nossa terra”, explicam.

Formado por inúmeros conjuntos, esse jardim monumental tem um anjo da guarda: o encarregado Cláudio Antonio Gomes, que coordena uma equipe de  jardineiros ao lado de Osmar de Souza Resende. Cláudio trabalha com a manutenção dos jardins desde o início do projeto e dedica a toda essa área verde um carinho especial. “Meu envolvimento com isso aqui é enorme, trato dele como se fosse meu. Esse é o maior jardim que fiz, então quero que ele se mantenha cada vez mais bonito, para que, daqui a alguns anos, eu possa trazer meu neto aqui e dizer, ‘vamos ali passar pelas palmeiras onde seu avô plantou’”, conta.

Para ele, os destaques do conjunto são a alameda de palmeiras imperiais; o jardim do Centro de Convivência e o canteiro de flores vermelhas, simbolizando a bandeira de Minas. Localizada entre os prédios Minas e Gerais, na direção do Palácio Tiradentes, a alameda foi uma sugestão aprovada pelo ex-governador Aécio Neves, para fazer um link histórico com o Palácio da Liberdade. “Mas lá existem cerca de 50. Aqui são mais de 140. Temos palmeiras de até 23 anos”, lembra o jardineiro. “Nesse quesito existem várias praças da liberdade aqui”, brinca Flavia.

Localizado no subsolo, o jardim do Centro de Convivência se destaca pela simetria, já que não possui fachada específica e é frequentemente visto dos andares superiores. Lá existem plantas que convivem bem com a sombra, como canteiros de curculigo e outras como café-de-salão e hera de folha larga, além de um tipo de palmeira especial (Ptychosperma elegans). “Essas plantas foram colocadas ali por terem um desenvolvimento mais lento e suportarem bem o ar condicionado, por exemplo”, diz Thiers. Próximo ao Palácio Tiradentes avista-se o canteiro que simboliza a bandeira de Minas, também chamada de “praça do triângulo”. É gigantesco, todo plantado com a iresine, de cor vermelha-rosada.

Fauna diversa

Os mais de 300 mil m2 de gramado, que servem de tapete para a variedade de mudas de plantas, atraem naturalmente uma fauna diversa. Quem se dispuser a dar uma volta completa na Cidade Administrativa, visitando os diversos canteiros e árvores, irá encontrar vários bichos ao longo dos 3,5 km. O mais popular certamente é o quero-quero, ave que pode ser vista com frequência pela grama. Elas botam o ovo ali, sem qualquer proteção ou ninho. Por isso fazem vigília constante e procuram afastar quem chega perto, emitindo seu som característico.

O anu branco é outro pássaro que passeia pela grama, sempre em grupo. É possível vê-los enfileirados fazendo um arrastão, comendo os insetos. “É a limpeza biológica da natureza”, explica Cláudio, que também registra a presença diária de sabiás, bem-te-vis, canários, pássaros pretos. Nas lagoas, adornadas por vitórias-régias e bananas-d’água, vivem traíras, tilápias e carás, além de patos d’água e marrecos do bico vermelho. Nos barrancos das lagoas escondem-se corujas – que se alimentam de preás que circulam por ali – e que, por sua vez, junto a passarinhos e filhotes de quero-quero, servem de alimento para os gaviões instalados no topo das torres de luz. A biodiversidade local vai criando sua própria cadeia alimentar. “Até ariranha já viram aqui na área do lago grande”, conta o jardineiro.

O biólogo André Portugal Santana, gerente do Parque Serra Verde, destaca a presença da fauna na natureza local. “A gente vê que os animais estão vivendo aqui, e não é só aquela meia-dúzia de espécies que se imagina. Muitos pensam que não é possível encontrar grande diversidade. Mas percebemos que muitos desses bichos, mais adaptáveis ao meio urbano, dão um jeito de permanecer. Fazem ninho no poste, andam em volta da lagoa. Eles já sentem o lugar e se acostumam com a presença da gente”, diz ele.

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