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11h17min - 09 de Junho de 2015 Atualizado em 11h18min

PIB de Minas decresce 0,7% no 1º trimestre de 2015

Estimativas preliminares mostram retração do nível de atividade econômica. Dado positivo vem do setor de extração mineral

O PIB de Minas Gerais decresceu -0,7% em termos reais no primeiro trimestre de 2015, com retração no setor industrial (-0,1%), de serviços (-0,7%) e na agropecuária (-0,8%). Os dados são parte do boletim Informativo CEI - Produto Interno Bruto - 1º trimestre/2015, publicado pelo Centro de Estatística e Informações (CEI) da Fundação João Pinheiro (FJP), nesta terça-feira (9/6), no site da instituição.

No setor agropecuário, a produção do primeiro trimestre foi negativamente afetada pela estiagem, em particular no mês de janeiro. As primeiras safras do feijão e do milho foram severamente prejudicadas em Minas Gerais, ao contrário do que ocorreu no plano nacional.

“Além do prejuízo causado pelo veranico nas primeiras safras de culturas importantes no estado, a produção mineira na silvicultura, fortemente articulada às cadeias produtivas locais da metalurgia e da produção de celulose e papel, também contribuiu para o resultado negativo da agropecuária no trimestre”, explica o coordenador do Sistema de Contas Regionais de Minas Gerais da Fundação João Pinheiro, Raimundo Leal Filho.

Na indústria, a retração de 0,1% foi fortemente influenciada pelo resultado negativo apresentado pelo subsetor da indústria de transformação, que teve recuo de 2,6% no volume de valor adicionado no primeiro trimestre. Isso foi ocasionado pelo aprofundamento do ajuste de estoques na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, de produtos de minerais não-metálicos, de têxteis, de bebidas e de produtos do fumo.

O volume de produção e distribuição de eletricidade, água e saneamento apresentou decréscimo de 2,2% no primeiro trimestre, devido à redução do consumo de energia elétrica e à contenção da geração de eletricidade nas usinas hidroelétricas situadas no território de Minas Gerais, particularmente daquelas que exploram o lago de Furnas.

Na indústria da construção civil, estimou-se variação negativa em termos reais de 0,5% em relação ao trimestre anterior. “Nesse setor, as últimas unidades construídas durante o boom estão sendo vendidas para os compradores finais, mas o ritmo de construção de novas unidades permanece em compasso de espera devido à deterioração das condições de financiamento”, observa Leal.

O subsetor da extração mineral foi o único que apresentou resultado positivo, com acréscimo de 3,1% no volume de valor adicionado no primeiro trimestre, graças à tímida recuperação da exportação de minério de ferro no período.

A diminuição de 0,7% no setor de serviços mineiro, no primeiro trimestre do ano comparando ao trimestre imediatamente anterior, foi decorrente, principalmente da queda de 1,8% no comércio. “A redução da ocupação no mercado de trabalho, em conjunto com a inflação, gerou queda da renda real dos consumidores, que impactou negativamente as atividades comerciais”, avalia Raimundo Leal.

Os serviços da administração pública e os aluguéis também apresentaram reduções reais de 0,2% e 0,1%, respectivamente. Nos transportes e na produção de “outros serviços”, houve expansão do volume produzido, de 0,4% e 0,2%.

Para o presidente da FJP, Roberto Nascimento, o resultado do PIB trimestral para o estado de Minas Gerais é de extrema importância para o acompanhamento da performance da economia mineira. “A desagregação do PIB por setor de atividade permite avaliar, sobretudo, o peso de cada um para o comportamento do conjunto da economia estadual”.

Segundo Nascimento, a metodologia adotada pela instituição partilha com outras fundações estaduais uma matriz de referência comum ao IBGE, que é o cálculo do PIB anual das unidades da federação. “Com isso, a Fundação preza não apenas pela excelência da estimativa, mas também pela possibilidade de comparação da evolução do indicador no plano estadual e, a grosso modo, no âmbito dos demais estados brasileiros”, conclui.

Advertência – Em função do descompasso entre a atualização em nível regional e em nível das unidades federativas, as comparações dos resultados estaduais com os nacionais devem ser feitas com mais ressalvas do que o usual. A mudança de metodologia de cálculo do PIB nacional e do PIB para as unidades federativas brasileiras não ocorre simultaneamente. Assim, a incorporação das recomendações do atual Manual de Compilação das Contas Nacionais das Nações Unidas, (System of National Accounts - SNA), de 2008, já foi efetivada pelo IBGE nas Contas Nacionais Trimestrais. No entanto, tal incorporação somente será processada no plano estadual em novembro de 2015, quando será divulgado o novo Sistema de Contas Regionais (referência 2010).

Revisão - Esses resultados são preliminares e, naturalmente, estão sujeitos à revisão. Como o IBGE está em processo de elaboração de uma nova base, com aperfeiçoamentos metodológicos no cálculo e incorporação das novas recomendações internacionais – em que 2010 será o ano de referência –, as informações divulgadas sofrerão algum tipo de revisão. A expectativa é que os dados definitivos do PIB, de 2010 a 2013, sejam divulgados ainda em 2015.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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