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Cultura

16h36min - 22 de Maio de 2015 Atualizado em 17h08min

Publicação e documentário sobre os Arturos reconhecem a comunidade como bem cultural imaterial

Material lançado, nesta quinta-feira (21/5), é uma síntese dos estudos desenvolvidos na comunidade por meio do trabalho de pesquisa do Iepha entre 2012 e 2014

Cadernos do Patrimônio Imaterial e documentário sobre a Comunidade dos Arturos foram lançados nesta quinta-feira (21/5), em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. O material produzido sobre os Arturos é uma síntese dos estudos desenvolvidos na Comunidade por meio do trabalho de pesquisa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artistíco de Minas Gerais (Iepha), entre 2012 e 2014. As publicações lançadas serão enviadas às escolas públicas do município de Contagem para serem trabalhadas em sala de aula com os alunos.

"Cadernos do Patrimônio Imaterial – Comunidade dos Arturos" é uma publicação temática que tem o objetivo de contribuir para o reconhecimento dos bens culturais imateriais do Estado. Além da publicação impressa foi produzido, também, um documentário em parceria com a Rede Minas, que reúne depoimentos dos membros da família Arturos, mantenedora de diversas tradições culturais.

O trabalho de registro da Comunidade dos Arturos como patrimônio imaterial de Minas teve início em 2012, após a assinatura do termo de cooperação entre o Iepha e a Fundação Municipal de Cultura de Contagem para que pesquisa fosse realizada em conjunto.

Segundo a presidente do Iepha, Michele Arroyo, a parceria entre o órgão e os Arturos é duradoura. “Quero reafirmar o compromisso do Iepha no processo continuo de afirmação e reconhecimento da Comunidade dos Arturos como símbolo da história de Contagem, de Minas e do Brasil”, relatou a presidente durante o lançamento. 

Para o gerente de Patrimônio Imaterial do Iepha, Luis Gustavo Mundim, o lançamento do Caderno e do documentário se junta à série de ações e projetos que serão implementados para salvaguardar a Comunidade dos Arturos e o modo de vida de seus membros.

Segundo o gerente, na última terça-feira (19/5), foi lançado na comunidade o comitê gestor para a salvaguarda dos Arturos. O grupo é composto por pessoas de diversas instituições, além de membros da comunidade e terá a responsabilidade de estruturar a proteção de forma mais ampla. “Dentre os temas a serem trabalhados estão a transmissão das tradições, a valorização da memória, o reconhecimento e a divulgação e, certamente, a qualidade de vida da comunidade”, conta.

Jorge Antonio dos Santos, membro da Comunidade, salientou a importância desse trabalho para os Arturos. “Estamos em momento de renovação, buscando principalmente a igualdade racial e social”, desabafou. Ainda segundo ele, “um país sem cultura é um país sem chão”.

Além do "Cadernos do Patrimônio Imaterial" e do documentário sobre os Arturos, foi lançada também a edição número seis da revista de educação patrimonial "Por Dentro da História", da Fundação Municipal de Contagem. Esta última edição da revista também contou com a participação do Iepha, na abordagem sobre os Museus Virtuais.

Arturos

Os Arturos são uma comunidade familiar, tradicional, de ascendência negra, formada pelos descendentes e agregados de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva. Em sua vivência diária a comunidade quilombola detém diversas expressões culturais, entre eles, os sons e os ritmos ditados pelas batidas dos tambores são constantes em todos os momentos e estão presentes no Batuque, na Folia de Reis, no Candombe, no Reinado de Nossa Senhora do Rosário e nas Festas da Abolição e do João do Mato. Nos Arturos também estão presentes o ofício e o rito da benzeção, a construção de tambores, as guardas de congo, a culinária e tantas tradições.

Patrimônio Cultural Imaterial

O chamado Patrimônio Cultural Imaterial é entendido como as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – em conjunto com os instrumentos, objetos, artesanatos e lugares culturais que lhe são associados – que as comunidades e os grupos reconhecem como parte de seu patrimônio cultural.

O patrimônio imaterial se manifesta em vários aspetos e em particular nas tradições e expressões orais, incluindo o idioma; nas expressões artísticas, nas práticas sociais, rituais e atos festivos, além dos conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo, nas técnicas artesanais, entre tantas outras manifestações culturais. Entre os instrumentos de proteção dos bens imateriais estão o inventário, o registro e a salvaguarda.

O estado de Minas Gerais apresenta diversidade e riqueza referentes ao seu patrimônio cultural imaterial. Dentre eles, congados, cantos, culinária, folias, artesanatos, modo de fazer, lugares e outros bens, que constituem o conjunto das expressões culturais dos mineiros. O papel do estado, por meio do Iepha, é apoiar a valorização e a promoção desse rico patrimônio.

Minas Gerais já conta com três registros de patrimônio imaterial: o modo de fazer o queijo artesanal da região do Serro (2002); a Festa de Nossa Senhora dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013); e a Comunidade dos Arturos (2014).

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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