• Salvar PDF
• Imprimir
• Enviar por email

BELO HORIZONTE (30/03/11) - Minas e o Brasil estão em posição avançada no mundo quanto à participação das mulheres no campo empresarial. No empreendedorismo, a participação do Brasil aproxima-se dos padrões internacionais, alcançando 21%, sendo o índice global de 24%.  Ao apresentar estes dados na posse da nova diretoria do Conselho da Mulher Empreendedora da Associação Comercial e Empresarial de Minas (AC Minas), nessa terça-feira (29), a secretária de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais, Maria Coeli Simões Pires, afirmou que esta posição, no entanto, é puxada para baixo porque as mulheres estão em apenas 10% dos cargos de representação política.

O capítulo do relatório do Fórum Econômico Mundial dedicado a classificar a disparidade de gênero no âmbito internacional, aponta o Brasil em 67º lugar, no conjunto de 134 países avaliados.  “O grande desafio que apresento é promover a migração dos índices de participação das mulheres empreendedoras para o campo da participação política, a fim de atenuar a disparidade hoje existente e sem abrir mão das conquistas já alcançadas”, afirmou a secretária.

Maria Coeli lembrou que as mulheres constituem 51,2% da população nacional e 51,7% do eleitorado brasileiro. Em Minas Gerais, são 51 mulheres prefeitas, índice que corresponde a 6% das 853 prefeituras, um índice abaixo da média nacional, que é de 9,1%. São 831 vereadoras, o que corresponde a 10,5% do total de vereadores no Estado, também abaixo da média nacional, que é de 12%. Em relação à representação feminina na Assembléia Legislativa Estadual, esse índice hoje é de 5,2%, entre os 77 deputados, já tendo sido superior a 12% em legislaturas passadas. No Congresso Nacional a representação política de Minas se reduz a uma única mulher (Jô Morais). “Temos no quadro parlamentar um instigante desafio pela frente na conquista de graus cada vez maiores de equilíbrio”, afirmou.

Pioneirismo

O pioneirismo da AC Minas foi ressaltado por Maria Coeli, ao relembrar as bandeiras assumidas pela entidade ao longo de seus 110 anos de existência, citando a luta da entidade pela extensão do ramal ferroviário da Estrada de Ferro Central do Brasil até Belo Horizonte, a campanha do “petróleo é nosso”, a industrialização de base e parque automobilístico.

Ressaltou que também no campo social e político, a presença entidade é marcante, desde a resistência aos condestáveis do Estado Novo ao espírito de resistência democrática aos rigores dos regimes autoritários e a luta pela integridade territorial mineira, além de campanhas de cunho social, como “Santa Casa, Santa Causa”, tiveram inspiração e lugar de mobilização na AC Minas.

Segundo Maria Coeli, foi desse espírito pioneiro que surgiu, há quase 30 anos, o Conselho da Mulher Empreendedora. Lembrou o pioneirismo de mulheres como Maria Elvira, primeira presidente do Conselho, e Beth Pimenta. E citou Juliana Pires de Moraes, que tomou posse como presidente do Conselho, como “condessa mineira da moda” e engenheira que a partir de 1998 resolveu confiar em sua inteligência e em suas mãos empreendedoras, sendo hoje detentora de uma “marca de qualidade e de referência” em sua atividade empresarial, além de obter, ano passado, a primeira franquia da “Valisère” no Brasil.