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Saúde

17h41min - 16 de Abril de 2015 Atualizado em 17h50min

Seminário capacita profissionais de saúde sobre Influenza e vírus respiratórios

Iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde atenta para as estratégias de enfrentamento às infecções respiratórias agudas, que têm maior incidência nesta época do ano

Osvaldo Afonso/Imprensa MG
Evento será realizado, até sexta-feira (17/4), no auditório do BDMG
Evento será realizado, até sexta-feira (17/4), no auditório do BDMG

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) iniciou, nesta quinta-feira, a preparação de profissionais de vigilância epidemiológica, imunização e assistência de todo o estado para o enfrentamento da gripe e das infecções virais respiratórias agudas, mais comuns nos períodos de outono e inverno. O I Seminário Estadual de Influenza e Outros Vírus, que vai até a sexta-feira (17/4), no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), reuniu, na estreia, aproximadamente 170 profissionais de saúde.

As infecções respiratórias são causadas por mais de 10 gêneros de vírus com mais de 200 tipos diferentes. Estima-se que anualmente ocorram de 3 a 5 milhões de casos graves de doenças respiratórias no Brasil e de 250 a 500 mil mortes, principalmente entre idosos e portadores de doenças crônicas. Em 2014, foram registrados no País, 326 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em 2015, até o momento, são 1.856 casos registrados, sendo 45 por influenza, e sete óbitos. Dos óbitos registrados neste ano, quatro (57%) foram de idosos com 60 anos ou mais, sendo que a maioria apresentava algum outro fator de risco, como hipertensão e diabetes.

Em Minas Gerais, dados preliminares de 2014, apontam o registro de 2.562 casos de SRAG e 352 óbitos, sendo 136 casos e 31 óbitos causados por vírus Influenza. “A sazonalidade é anual e a importância desse seminário é que a gente está se antecipando à instalação da sazonalidade em si. Quando começa o inverno, os vírus começam a circular. Então o intuito é preparar os profissionais para enfrentarem essa sazonalidade da melhor maneira”, explica a Coordenadora Estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis, Janaína Almeida.

Cláudio Henriques, do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, chamou a atenção dos profissionais para a cultura da população em geral em tratar a gripe como uma condição banal resolvida com chás e antigripais. “Os cuidados básicos de higiene parecem que foram esquecidos após a epidemia de 2009. A tarefa difícil que temos na saúde pública é transformar a imagem da influenza na imagem de uma doença real e que é perigosa”, alertou.

Henriques explicou aos profissionais as quatro frentes de intervenção a que eles devem estar atentos no cuidado com os vírus influenza e com as síndromes respiratórias: prevenção, imunização, atenção oportuna e adequada dos casos suspeitos e vigilância. “Hoje o Brasil se sente mais confortável entre os países que fazem a vigilância da influenza e na preparação dos laboratórios para trabalhar com o vírus. Essas medidas são importantes para entendermos e termos informações sobre a circulação dos vírus na América do Sul e para o desenvolvimento da vacina com mais efetividade”, acrescentou.

A subsecretária de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Celeste de Souza Rodrigues, falou sobre a importância do trabalho conjunto da assistência e da vigilância no plano de enfrentamento à influência e às doenças respiratórias. Ela chamou a atenção para a necessidade de que o trabalho consiga não apenas atingir as metas gerais de vacinação, mas que as metas sejam alcançadas em todos os municípios, protegendo a parcela mais sensível da população ao desenvolvimento de casos graves da doença. “Esse casamento e união da vigilância e da assistência potencializa muito mais o nosso trabalho. A campanha de vacinação em Minas atinge os 80% de cobertura, mas essa cobertura não é homogênea. Precisamos fazer a vigilância nos municípios onde não estamos atingindo as metas. Minas é muito grande, temos 853 municípios, mas também temos equipes muito boas tanto no nível central quanto nas regionais. E temos condições de fazer um trabalho muito bom em conjunto”, avaliou.

Sobre o papel da Atenção Primária na redução da mortalidade por síndromes respiratórias, a superintendente de Atenção Primária da SES-MG, Maria Aparecida Turci, chamou a atenção para a necessidade de preparar as equipes para o atendimento aos pacientes com sintomas agudos, trazendo para as unidades básicas a responsabilidade de serem portas de entrada para o tratamento adequado da gripe. “Se as equipes não estiverem organizadas para manter o acompanhamento do paciente crônico e também do usuário que apresenta quadro agudo, esse usuário não vai conseguir o cuidado oportuno dessa patologia. Além do papel da cobertura vacinal, as unidades básicas precisam garantir o acesso ao medicamento especializado para o vírus influenza, contribuindo para a redução da mortalidade”, analisou.

Vacinação Contra a Gripe

A campanha de vacinação contra a gripe neste ano acontecerá entre os dias 4 e 22 de maio. A vacina estará disponível em todas as unidades básicas de saúde e salas de vacinação do estado e do País. Serão imunizados idosos maiores de 60 anos; crianças de seis meses a cinco anos; trabalhadores da área de saúde; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); povos indígenas; população privada de liberdade; e pessoas portadoras de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas, transplantados, etc. A meta é vacinar 80% de cada grupo prioritário. Em todo o Brasil a expectativa é imunizar 49,7 milhão de pessoas.

Carla Magda Domingues, da coordenação geral do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, explicou que a vacina deste ano é trivalente e contém cepas dos vírus H1N1, H3N2 e Influenza B. “O objetivo é vacinar as pessoas com maior risco de complicações graves da doença. A imunidade da vacina se mantém por um período menor que 12 meses, por isso o ideal é vacinar nesse período, entre abril e maio, para que a população de maior risco esteja protegida no pico de transmissão”, afirmou. A especialista frisou, ainda, que a vacina não interrompe a cadeia de transmissão do vírus e que o maior objetivo da vacinação é reduzir as taxas de internação por complicações da doença e os óbitos. 

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