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Faltando pouco mais de um mês para a Copa do Mundo, o torcedor já pode sentir de perto a emoção de participar do maior evento do planeta. Quem garantiu ingresso para os jogos do Mundial já pode pegá-los em qualquer dos postos, denominados Centros de Distribuição de Ingressos da FIFA, abertos em dez cidades-sede. Em Belo Horizonte, o torcedor adquire a entrada no Boulevard Shopping, localizado na região Leste da capital. A emoção de ter o ingresso da Copa do Mundo nas mãos é a certeza de que o grande evento, simbolicamente, já chegou.

Nilton Chaves, de 44 anos, vai a três jogos da primeira fase no Mineirão. Pai de três filhas, o engenheiro civil foi sorteado para jogos entre Colômbia x Grécia e Argentina x Irã, mas um pedido muito especial de seu pai, o senhor Pedro Elísio, de 73 anos, fez com que o engenheiro tentasse o ingresso para o jogo entre Inglaterra x Costa Rica, no dia 24 de junho. Em 1950, o senhor Pedro Elísio assistiu à maior zebra do futebol mundial, a vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra, por 1 a 0. “Eu era muito jovem, e fui acompanhado do meu pai, tinha somente 10 anos. Aproveitei mais pelas brincadeiras, mas foi gozado comemorar o gol dos americanos,” lembra.

Seu Pedro Elísio se sente honrado de assistir a duas Copas do Mundo no Brasil, e acredita que, desta vez, a seleção Canarinho irá vencer. “Sinto-me privilegiado por ter assistido a duas Copas no nosso país, acho que essa sensação é para poucos e ainda bem que estou com saúde para assistir novamente a um jogo de Copa do Mundo. Já o Brasil possui hoje uma seleção bem treinada pelo Felipão, e acredito que poderá fazer uma boa Copa do Mundo. Espero que vença, porque mesmo com alguns brasileiros torcendo contra, não consigo pensar em outro resultado como brasileiro, a não ser ganhar esta Copa. Em 1950, eu chorei muito, não quero que se repita,” torce.

O baiano, torcedor do Vasco da Gama, que mora em Belo Horizonte há 36 anos, João Batista Alves, de 64 anos, concorda com a opinião de seu Pedro. Para João, a Copa é um grande evento e ele se sente privilegiado em poder ir a todos os jogos que vão acontecer no Mineirão. Como torcedor, João tem suas dúvidas em relação ao Brasil. “Sou um torcedor calejado. Não estou muito otimista com o Brasil, acho que a Alemanha, Itália e Espanha são favoritas ao título,” analisa. As aposentadas Maria da Conceição Duarte e Tânia Maria Bof vão juntas ao jogo entre Bélgica e Argélia. Animada para a Copa do Mundo, Maria diz que não podia perder a oportunidade. “Minha paixão é a Copa do Mundo. Ela veio até a mim, então eu vou, né?,” conta, animada.

A arquiteta Juliana Marini, de 33 anos, pegou os ingressos para cinco partidas no Mineirão, quatro da fase de grupos e a da oitavas de final. Ela assistirá aos jogos com seu marido e com o filho que carrega na barriga. “Fiquei sabendo que estava grávida há pouco tempo e isso me deixou um pouco insegura para ir aos jogos. Mas logo pensei: meu marido está muito empolgado com o Mundial e com o bebê, e poderei contar para ele que antes mesmo de nascer já foi a um jogo de Copa do Mundo,” vibra. Já o médico Renato Estevas, de 36 anos, saiu do Centro de Distribuição de Ingressos da FIFA olhando, encantado, para seu par ingressos para as oitavas de final, em Fortaleza, no qual vai com a esposa. “O coração está batendo forte demais, fiz 16 pedidos e só fui sorteado para este jogo,” relata.

Álbum de Figurinhas

Fanático por futebol, o professor de educação física João Henrique Santana, de 27 anos, vai com a sua namorada, a estudante de engenharia civil Fernanda Fernandes, de 22 anos, a todos os jogos do Mineirão. João conta que sempre acompanha os jogos da Copa do Mundo e, desde o Mundial de 2004, completa o álbum de figurinhas da competição.

Outro apaixonado por futebol e por figurinhas é o também estudante de engenharia civil Pedro Junqueira, de 18 anos, que vai com toda família, dois irmãos e os pais nas oitavas de final que vai acontecer no Mineirão. Em casa, seu irmão mais velho era o dono dos álbuns de figurinhas e, desde a Copa de 2006, passou a ser função dele, completar a revista. “Meu álbum já está quase pronto, na faculdade há uma máfia. Brincamos de ‘tapão’ e até compramos figurinhas uns dos outros, para completar o álbum,” conta.

Torcida pelo México

No meio dos torcedores brasileiros havia uma dupla mexicana. O engenheiro industrial Roberto Ibarra, de 35 anos, e Edgar Romero, engenheiro de computação, de 34 anos, compraram ingressos para todos os jogos do Mineirão e torcem para que nas oitavas de final o México venha jogar em Belo Horizonte, como aconteceu na primeira fase da Copa das Confederações. “Se o México passar da primeira fase e for o primeiro do grupo, vem jogar em Belo Horizonte. Mas, antes, vai ter que passar pelo Brasil, e é aí que temos medo,” revela Edgar.