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18h34min - 21 de Dezembro de 2012 Atualizado em 12h29min - 29 de Junho de 2013

Trabalhadores das obras são aplaudidos na entrega do novo Mineirão

Mais do que mão de obra, reforma reuniu histórias de vida que fazem parte de um novo capítulo do estádio e de Minas

Há pouco mais de dois anos, centenas de homens recebiam o que viria a ser, para muitos deles, o maior desafio de suas vidas. Começava ali, no ano de 2010, as obras de modernização do estádio Mineirão, que reuniu trabalhadores de diversas idades, nacionalidades, sonhos e histórias de vida. Nesta sexta-feira (21), data da entrega do “Gigante da Pampulha” à população, o sentimento de milhares de trabalhadores – que no pico das obras, chegaram a três mil – é de dever cumprido. Convidados de honra para a cerimônia, eles foram homenageados e aplaudidos pelas autoridades presentes no evento, como o governador Antonio Anastasia, a presidente Dilma Rousseff e o ex-governador e senador Aécio Neves.

Márcio Serrinha é um dos operários que trabalhou nas obras do Mineirão e foi cumprimentado por Anastasia e Dilma. “Pra mim, é um orgulho muito grande ter feito parte dessa obra imensa. Eu sou daqui de Belo Horizonte e frequentei o Mineirão por muitos anos, então, pra mim, é um prazer imenso estar aqui”, afirmou.

A operária Sirley Souza do Carmo também falou do orgulho de fazer parte da história do Mineirão. “É uma alegria poder vir aqui hoje e ver como o Mineirão está. O estádio está maravilhoso, muito lindo. Não esperava que fosse ficar tão bonito”, comentou.

Gustavo Samuel Cunha, nutricionista do Minas Arena, falou da importância de ter participado da entrega da obra. “Estamos fazendo parte da história. O estádio ficou muito bom e foi ótimo trabalhar com essa equipe. Estou orgulhoso e muito satisfeito”, comentou.

Obra que transformou vidas

Vindos de várias partes do país, e até do mundo, os funcionários encontraram no canteiro de obras mais do que instrumentos de trabalho da construção civil. Ali tiveram outras oportunidades, como voltar a estudar, crescer profissionalmente, ter uma nova chance fora da prisão, conquistar o primeiro emprego e, até mesmo, casar-se. Alguns fugindo de catástrofes em seus países, como os haitianos, outros tentando inserir-se na sociedade, como egressos do sistema prisional do Estado. Entre várias realidades, um só objetivo: transformar o Mineirão num dos melhores estádios do mundo.

Exemplos como o dos 80 operários que passaram pela escola montada no canteiro do estádio. Nas aulas do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), os trabalhadores puderam acumular novos conhecimentos em busca de qualificação profissional e realização pessoal.

Dentre os haitianos que prestaram serviços, parte frequentou universidade, fala mais de dois idiomas, com prevalência do crioulo, e vem da cidade de Gonaives. Um deles é jornalista e saiu do Haiti após o trágico terremoto que matou milhares de pessoas. “Fui avisado por um amigo que minha esposa havia morrido. Trabalhava numa rádio de Gonaives e tinha uma rotina tranquila. Depois da tragédia, resolvi sair do país para reconstruir minha vida. Foi uma viagem de oito dias até chegar ao Brasil”, conta Wilkens Eustache, de 28 anos.

Durante as obras, 20 detentos, que também trabalharam na reforma, foram escolhidos como destaques do mês. Um deles foi Francisco das Chagas Queiroz, o Chiquinho, que cumpre pena no regime semiaberto na Penitenciária José Maria Alkimim, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH. Ele começou como funcionário da limpeza, mas logo foi promovido a apontador – responsável por fiscalizar as frentes de trabalho e levar informações à gerência. “É uma satisfação muito grande ter o trabalho reconhecido pelos colegas. Este prêmio nos valoriza e me incentiva a trabalhar cada vez melhor”, ressalta Chiquinho.

Outra histórica marcante foi a de Viviane Aline da Silva. Contratada para trabalhar como faxineira, sempre foi uma funcionária exemplar. Em menos de quatro meses, foi promovida a apontadora. Logo depois, ficou noiva. Quando precisava de ajuda para carregar um galão de 20 litros de água, pedia ajuda ao baiano Otoniel da Silva Pinheiro, de 35 anos, que trabalha nos Recursos Humanos. “Foi paixão à primeira vista”, garantiu Viviane. O pedido de noivado aconteceu dentro do Mineirinho. “Comprei um anel para a Viviane, e quando visitávamos o Mineirinho, aproveitei o momento especial”, conta Otoniel.

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