BELO HORIZONTE (30/06/09) - Policiais do Departamento de Investigação e Orientação e Proteção à Família (DIOPF), em parceria com a Promotoria dos Crimes Cibernéticos do Ministério Público, Polícia Militar e Guarda Municipal, realizaram na madrugada desta terça-feira (30) a Operação BH Limpa que cumpriu nove mandados de busca e apreensão em residências de integrantes de uma gangue de pichadores. Oito rapazes e um adolescente de 16 anos foram conduzidos ao DIOPF, onde prestaram depoimento. Cerca de 40 policiais participaram da ação.

Durante um mês, os locais preferidos dos pichadores, como as praças Sete e Bandeira e prédios públicos, foram monitorados pela Polícia Civil. De acordo com as investigações, os nove são suspeitos de integrarem um dos principais grupos de pichadores da região Central de Belo Horizonte e do seu entorno metropolitano. Com eles foram apreendidos farto material utilizado nas pichações, como tinta, sprays, placas, bandeiras, pincéis, fotografias e computadores que registravam a ação dos suspeitos em crimes contra o patrimônio. Todo material será encaminhado ao Instituto de Criminalística onde serão periciados e encaminhados ao Ministério Público.

Ainda na manhã desta terça-feira, uma coletiva para apresentação dos resultados foi realizada no DIOPF. Na ocasião, o chefe do Departamento, delegado Wellington Péres Barbosa, afirmou que o trabalho iniciado há cerca de um mês e que está sendo desenvolvido pelo Departamento é fruto de uma proposta encaminhada e aprovada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Segundo ele, o trabalho desenvolvido de forma integrada com todos estes órgãos pode garantir uma cidade mais limpa e levar segurança à população. “Muitas vezes nos deparamos com locais pichados e até mesmo flagramos a ação desses pichadores. É importante que a população denuncie através do 181 para que a polícia identifique essas pessoas”, ressaltou.

Também presente na coletiva, o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Aryone, disse que de janeiro a maio deste ano foram registradas cerca de 30 ocorrências na área de abrangência do 1º Batalhão. Ele acredita que através dessa divulgação o número de denúncias aumente.

De acordo com a coordenadora da operação, delegada Cristiane Moreira, os pichadores buscam visibilidade constante e exibir os locais pichados proporciona a eles uma sensação de prazer. “É importante que a imprensa não dê publicidade a esses grupos, mostrando quem são essas pessoas e os locais onde eles picharam pois, caso contrário, o objetivo deles será atingido. A Polícia Civil já identificou vários grupos mas, através deste, queremos orientar a sociedade e evidenciar a importância da denúncia para o combate às pichações”, afirma.

Ainda segundo a delegada, o inquérito concluído com todos os depoimentos, relação de material apreendido e resultado dos laudos será encaminhado à Justiça. Os pichadores identificados podem responder por crime contra o meio ambiente, dano ao patrimônio público e privado, além de formação de quadrilha, com penas que podem chagar a três anos de prisão.

Prefeito elogia

O sucesso da operação de repressão as pichações foi considerada pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, um passo importante rumo à preservação do patrimônio histórico da capital. "Quando alguém causa um dano ao patrimônio público está causando também um grande dano à cidade, à memória e à história dos seus moradores. A pichação é um ato condenável, que precisa ser coibido. Todos nós temos a responsabilidade de cuidar para que Belo Horizonte seja um lugar agradável, com qualidade de vida e onde os moradores e os visitantes sintam prazer e orgulho em andar pelas nossas ruas e avenidas. A ação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público, que culminou com a prisão dos pichadores que atuavam em vários pontos da cidade, principalmente na Praça Sete e na Praça da Bandeira, é uma demonstração que as autoridades agirão sempre com firmeza para preservar os monumentos e os prédios públicos, patrimônio de todos nós", declarou, de Brasília/DF, onde se encontra em viagem a trabalho.

Por sua vez, o secretário Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial, coronel Genedempsey Bicalho, enfatizou que a operação BH Limpa teve êxito graças ao trabalho integrado, que será mantido com o objetivo de acabar com a pichação no município. “Estamos estudando, por exemplo, parceira com fábricas de tintas e encaminharemos uma proposta ao Poder Público para que este tipo de crime seja definitivamente coibido”, conclui.