A última edição da revista Exame – uma das mais respeitadas publicações de economia do país –, que chegou às bancas nesta semana, destaca o planejamento desenvolvido pelo Governo de Minas Gerais para desenvolver a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Sob o título “É raro, mas acontece”, a matéria descreve em três páginas os principais projetos e ações que estão sendo implementados sob a coordenação do Governo do Estado com o objetivo de atrair empresas e outros empreendimentos para o chamado “vetor norte” da capital mineira.

O ponto de partida, segundo a revista, foi a decisão do governo mineiro de tornar viável o Aeroporto de Confins. A reportagem lembra que, por tratar-se de uma operação muito complexa, o Estado valeu-se da consultoria do especialista americano John Kasarda, professor de logística da Universidade de Carolina do Norte, para quem os aeroportos – como aconteceu no passado com portos, ferrovias e rodovias – são atualmente os principais núcleos irradiadores de crescimento das metrópoles.

“A tese do americano serviu de base para o plano de criar em volta de Confins um polo de empresas de ponta e, por tabela, diversificar a economia mineira, eterna dependente da exploração de matérias-primas”, aponta a Exame.

“Junto ao aeroporto, queremos empresas de setores que vão crescer nos próximos 20 anos, como componentes eletrônicos, equipamento médico e aeroespacial”, explica o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Antônio Athayde, entrevistado para a reportagem.

A reportagem cita ainda como importantes ações do Governo de Minas nessa área, a duplicação da MG-010, a chamada “Linha Verde”, e a construção da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. De acordo com a matéria, essas e outras ações foram fundamentais para atração de pelo menos R$ 4 bilhões de investimentos para municípios que integram o vetor norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A matéria cita como exemplos de investimentos, a implantação de unidades do laboratório Hermes Pardini e do condomínio Alphaville em Vespasiano, a construção de um resort do grupo português Design Resorts em Jaboticatubas e a fábrica SIX semicondutores, primeira fábrica de chips do país, em Ribeirão das Neves.

Especialistas ouvidos pela reportagem louvam as iniciativas do Governo de Minas, considerada incomum no setor público brasileiro. “Ao levar o funcionalismo para a Cidade Administrativa, o governo mineiro deu sinal à iniciativa privada de que desenvolver o norte (da Capital) é prioridade”, afirma na Gustavo Gusmão, da consultoria Ernst&Young Terco, citado na reportagem. “Nada disso seria possível se o governo estadual não tivesse feito a sua parte”, conclui César Pili, diretor da Consultoria Accenture.

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