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WASHINGTON/EUA (28/11/06) – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, assinou hoje, em Washington (EUA), dois importantes contratos no valor de US$ 300 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os recursos são destinados a investimentos no setor sucroalcooleiro (US$ 250 milhões) e para criação de infra-estrutura necessária à implantação de telefonia celular em todo o Estado (US$ 50 milhões). Amanhã, o governador assina outro contrato junto ao Banco Mundial (Bird), que garante a liberação de mais US$ 70 milhões para execução de projetos estruturadores do Governo do Estado nas áreas de saúde, educação, saneamento e infra-estrutura.

“Estamos buscando construir projetos em parceria, que interessa o fortalecimento de nossas economias e, obviamente, geração de emprego e de renda. Assinamos dois protocolos para financiamento do setor sucroalcooleiro, que vem crescendo de forma extraordinária em todo o país. Também assinamos entendimento para universalização do acesso à telefonia celular em Minas Gerais”, afirmou o governador, em entrevista concedida na Embaixada do Brasil em Washington.

Pólo sucroalcooleiro

Aécio Neves destacou a importância do financiamento para a indústria sucroalcooleira do Estado que, nos próximos dois anos, se tornará o segundo pólo do país no setor. Atualmente, 46 projetos do setor estão em implantação, ou em estudo, no Estado, com investimento total de US$ 3,2 bilhões. A previsão é de que os 46 projetos em implantação possam gerar cerca de 53 mil empregos diretos.

“Dentro de dois anos, Minas será o segundo principal pólo sucroalcooleiro do país e nós estamos em parceria com o BID garantindo também linhas de crédito subsidiadas para este setor”, acrescentou o governador.

Os US$ 200 milhões disponibilizados pelo BID poderão ser repassados às empresas interessadas por linhas de financiamento via Banco de Desenvolvimento do Estado (BDMG) ou diretamente do BID.

Celular em todo o Estado

O governador também destacou a liberação de recursos destinados à criação de infra-estrutura para levar telefonia celular a todas as regiões do Estado. Pelo programa, o Governo de Minas investirá com recursos próprios metade do aporte necessário para extensão do sistema de telefonia até localidades ainda não atendidas. O BID financiará o restante. Um total de 2,8 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas.

“Nós sabemos que o celular deixou de ser um instrumento de luxo e é, hoje, fundamental para a economia, segurança e a saúde. Minas tem mais de 400 municípios sem sinal de telefonia celular porque, do ponto de vista econômico, não se mostraram interessantes para as empresas. Criamos uma modelagem absolutamente nova em que o Estado, com recursos do Tesouro, constitui um fundo em parceria com o BID - o BID entra com US$ 50 milhões e nós com outros US$ 50 milhões -, que vai subsidiar os investimentos das operadoras nesses municípios, onde o retorno não justificaria o investimento”, explicou.

Os recursos liberados do BID serão incorporados ao Fundo para Universalização do Acesso a Serviços de Telecomunicação em Minas Gerais (Fundomic), criado em junho deste ano para dar suporte ao Programa Minas Comunica. O objetivo do Governo do Estado é criar condições financeiras para que os serviços de telefonia celular e transmissão de dados cheguem a 100% dos municípios mineiros. O investimento para implantação de telefonia celular num município é estimado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão.

Parceria inédita

Acompanhado do governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, Aécio almoçou hoje com o embaixador do Brasil em Washington, Roberto Abdenur, além do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, e o subsecretário de Assuntos Internacionais, Luiz Antônio Atahyde. O governador destacou o pioneirismo da iniciativa do Governo de Minas, em parceria com o futuro governador do Rio de Janeiro, na busca de investimentos para garantir o desenvolvimento em diversos setores da economia dos dois estados.

“A grande novidade na ação política do Brasil que nós queremos ver é que os governadores não se limitam a exclusivamente tratar das questões internas das suas fronteiras. Minas precisa de facilidade para escoar sua produção. Isso significa que nos interessa que ocorram investimentos no Rio de Janeiro. De alguma forma, também ao Rio interessa que a produção, seja mineral ou agrícola de Minas Gerais, chegue aos seus portos. Portanto, investimentos na infra-estrutura viária de Minas Gerais, ferrovias ou mesmo rodovias, interessa também ao Rio de Janeiro”, disse Aécio Neves.

Choque de gestão

Sérgio Cabral destacou a administração do governador Aécio Neves, que enfrentou graves desafios no início do governo e, com um modelo de gestão democrática e transparente, conseguiu reverter, em dois anos, um déficit de R$ 2,4 bilhões para uma condição superavitária.

“Aécio enfrentou desafios gravíssimos e conseguiu superar isso com austeridade fiscal, com metas e compromissos de gestão, o que chamou a atenção em todo o Brasil. Minas não tinha condições de captar recursos nos bancos de fomento, quer dizer, não tinha solvência e, hoje, nós vemos uma realidade totalmente diferente. Ë um exemplo que nos anima e o Rio de Janeiro tem uma série de ações estratégicas em que as parcerias são muito importantes”, disse Cabral.